sexta-feira, 27 de abril de 2012

O país da dublagem

Talvez seja herança da cultura humanista que tínhamos até metade do século passado, quando os americanos impuseram suas vontades sobre todos. Até hoje, filmes europeus contém longos diálogos, silêncios, enquanto os americanos trazem quase monossílabos e ação, muita ação. Mas nos acostumamos, minha geração, a assistir filmes dublados. A conhecer as vozes dos atores. A detestar, na televisão, as dublagens e seus vícios. Agora, dizem que por conta da tal Classe C, a tv por assinatura chega às dublagens. Vou assistir ao Game of Thrones e me deparo com a dublagem e ao mesmo tempo, as legendas. Louco. Não há como optar. As dublagens tiram todo o clima, a intensidade das cenas. É terrível. Uma confissão de nossa ignorância. Da incapacidade de provermos de mínimo estudo nossos habitantes, que não conseguem ler as legendas com velocidade suficiente. Então, as dublagens. Se antes, o refúgio estava na tv por assinatura, o que faremos então? Em pouco tempo, por conta de despesas, nem a opção por legendas haverá, nos filmes. O fim.

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