sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quadrilhas, um mundo à parte

Não tenho certeza, mas creio que as quadrilhas juninas vieram com antigos costumes franceses. São parte importante da cultura nordestina, mas aqui no norte também têm peso grande, com algumas modificações. O que realmente me espanta é a força que têm nos subúrbios de Belém. Nossos jovens suburbanos ficam entre as músicas americanas para dançar e o tecnobrega. Há toda a cultura da televisão, do rádio, anúncios. No entanto, logo depois do carnaval, todos os dias, após a hora de jantar, basta percorrer as ruas do subúrbio para encontrar jovens reunidos, começando a ensaiar. E nos dias de junho, entre concursos, grupos voltam andando, as moças carregando suas saias rodadas, brincando, rindo, festejando sua juventude. De onde vem essa força que não parece ter nada empurrando, nenhum modelo a copiar? E é uma dança infantil, braços agitados como a nadar desesperadamente, balançando os quadris. Algumas quadrilhas até utilizam músicas não necessariamente nordestinas para suas apresentações, o que é uma evolução na direção de algo bem próprio. Talvez o segredo esteja nas relações entre jovens. A cada ano meninos e meninas descobrem o amor, o outro sexo ou meramente, o sucesso. Os que dançam melhor, os mais bonitos, passam a ter destaque na comunidade. Durante os ensaios, há tempo suficiente para o contato, início de namoros e conversas. Na hora de dançar, a galera do rock, hip hop, house, tecnobrega e samba se une dançando quadrilha. Vivem todos a quadra junina intensamente, esse outro mundo que tem Luiz Gonzaga, sanfona, zabumba, triângulo. Pessoalmente, acho muito interessante, embora minha paciência não comporte assistir mais do que uma apresentação a cada ano e olhe lá. Quando lembro daqueles braços requebrando e aquelas saias como can can, puxa, é realmente difícil suportar. Qual será o segredo das quadrilhas juninas?

Um comentário:

Marise Rocha Morbach disse...

Pergunta para os sociólogos Edyr; rsrsrsrs