terça-feira, 16 de outubro de 2012

Todo terrorista é sentimental

Muito bom de ler o livro "Todo terrorista é sentimental", de Márcio Menezes, editado pela Record. A trama se passa durante a década de 90 e utiliza alguns crimes de colarinho branco, perpetrados por políticos, mas devidamente mascarados, para propor a hipótese do terrorismo no Brasil. Realmente, somente um povo como o nosso para ir aceitando os acontecimentos com raiva, mas sem reagir, tamanhos os escândalos políticos nesta nossa democracia, ainda tão jovem. No livro, dois rapazes, estudantes, naquela fase da vida, a mais maravilhosa, quando o mundo se abre feito uma rosa, mil possibilidades, há estudos para terminar, expectativas totais, amores, hormônios, tudo explodindo, enfim, os dois rapazes estão indignados com os políticos nacionais. De demoradas discussões nos bares da Zona Sul do Rio de Janeiro, namoros, provas, vem a sugestão do terrorismo. Matar os corruptos. Criam o CCC, Comando Caça aos Corruptos, formado pelos dois amigos, mais uma moça que se junta após a primeira morte. Não temos histórico de terrorismo, a não ser alguns poucos atentados no tempo da Revolução. Estamos acostumados a assistir, diariamente, ocorrências do Iraque, até Espanha, mas nada daqui. A primeira bomba, artesanal, matou um corrupto e feriu uma criança. Chocou a opinião pública. O Governo. A mídia toda. Mas não havia um lugar para partir. O CCC não deixou sequer uma carta assumindo o atentado. E assim foram, se arriscando cada vez mais, aumentando também a voltagem de suas vidas amorosas, o sexo em todos os lugares, mais amor e até um terrorista do ETA, perdido no Leblon. Não vou contar como termina, lógico. Mas é bem escrito, atual e desenvolve uma idéia que considero muito perigosa, por condenar de todas as maneiras o terrorismo. Mas e se..

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