quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Futebol do Pará - Idéias

Não, eu não acredito que os clubes do Pará cheguem novamente à série A do Campeonato Brasileiro. Não acredito porque embora nunca seja tarde para que normas profissionais sejam desenvolvidas, tenhamos platéias apaixonadas e uma imprensa excelente, há má vontade por parte de todos os outros. Quem mais participa do banquete? Alguém do Tocantins, Maranhão, Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, esqueci algum? As viagens são longas e penso que somente aqui no Pará ainda há rendas interessantes. Nos demais, nem isso. Infra estrutura, nada. Sei perfeitamente que afirmando isso causo uma impressão forte, naqueles que não imaginam o que seria de nós abandonando a CBF, sendo punidos, enfim, tudo. Há quem tenha feito a vida inteira a partir dela. Presidentes de federação se eternizam, participam das eleições, recebem benesses, viajam com a família para assistir as Copas. Empresários correm a região oferecendo pernas de pau. Técnicos também faturam com indicações. Dirigentes também. E o que fazer? Planejar profissionalmente. Aproveitemos que 2014 é ano de Copa e tudo será diferente. Enquanto isso, planejamos. O Pará é do tamanho de um país. É preciso um estudo de viabilidade sério para ser feita uma proposta ao Governo. Precisamos de campos de futebol. Nada desses estádios de Copa. Arquibancadas honestas e gramados bem cuidados para enfrentar o período invernoso. Técnicos da Embrapa, da Ufra, enfim, convênios seriam assinados. O campo de jogo é a primeira regra. Que campos? Em cidades pólo. Acordos com os prefeitos. Seriam equipes das cidades. Os atletas receberiam através da Prefeitura e certamente o Estado, porque a Secretaria de Turismo trataria de fornecer todas as maneiras a aproveitar as belezas do Pará para levar, a cada jogo, torcidas e turistas, deixando dinheiro, impostos, dando emprego a muita gente. A Tv Cultura transmitiria sempre um jogo, nunca o que estiver sendo realizado na mesma cidade, claro. A Federação contrataria atletas de bom nível e os ofertaria, com salário pago, a cada equipe do interior, de maneira a motivar torcida, jogadores e elevar o nível da disputa. As equipes seriam obrigadas a realizar jogos preliminares entre equipes de categoria inferior na idade, apostando em novos valores. O tempo de duração do campeonato? Sei lá. O tempo necessário, três, quatro meses. Nosso tempo é o nosso tempo. É impossível, profissionalmente falando, que o Estado não se interesse na idéia, tendo em vista o turismo, dinheiro, impostos e principalmente, a possibilidade de abraçar o Pará inteiro. O que fariam essas equipes, após o campeonato? Perderiam seus atletas, ficariam sem atividade? Não. Haveria outra competição, agora envolvendo as cidades localizadas no entorno de cada cidade pólo.
E o resto do ano? Tenho duas idéias que podem ser uma só. A Copa da Amazônia. Disputada por Estados da região, mais países localizados na Amazônia. Não sei quantos times. Não sei como é o calendário de Peru, Venezuela e demais. Precisa uma negociação. Mas vejam que já começamos a falar em dólares. E na medida em que nossas equipes locais, aqui do Pará, tenham uma clara chance de enfrentar de igual para igual nossos vizinhos, haverá interesse das torcidas. Equipes esportivas poderão ter patrocínios e principalmente, não teremos aqui, para assistir, jogos contra Itaperunas, Luverdenses e outros. A Copa Amazônia daria conta do resto do calendário. Ou então, primeiro, voltamos à Copa Norte ou Norte-Nordeste, apesar dos nossos irmãos nordestinos estarem bem cotados na CBF e possívelmente refuguem ao convite. 
Moramos longe. Os bonitinhos lá de baixo não querem vir até aqui. Não precisamos deles. Nunca mais, a não ser em uma Copa do Brasil, um jogo talvez, tenhamos aqui um Flamengo, por exemplo. Nunca mais. Precisamos ter uma saída. Penso nos colegas da imprensa, cada vez mais tendo dificuldades com patrocínios, enfrentando uma manada de elefantes por dia para dar entusiasmo, notícias dos nossos combalidos clubes. 
O futebol é um dos negócios mais lucrativos do mundo, no momento. Não podemos continuar com essa apatia, lassidão, burrice, falta de competitividade, descompasso com o mundo. Agora mesmo, reelegeu-se, mais uma vez, o presidente da Federação. Aproveitemos 2014 para negociar, planejar e desmanchar em 2015.

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