sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

OLHEI PRO AMANHÃ E NÃO GOSTEI DO QUE VI

A bunda de Paola Oliveira foi trend topic nos últimos dias. Nada de escândalo de Petrobrás. A bunda de Paola Oliveira, aliás, uma injustiça com a bunda de Maria Fernanda Cândido, que também fez seu, digamos, “ass catwalk” de maneira competitiva. Escrevo sobre “Felizes para Sempre”, a série da Tv Globo, remake de “Quem ama não mata”, de Euclydes Marinho, com excelentes atores, à cores ou preto e branco, mudando de linguagem, câmera nervosa, flashbacks, tomadas feitas em drones sobre Brasília, a cidade símbolo do poder e da corrupção. Onde todas as relações se dividem entre a ganancia e a traição. E a libido reina. São três irmãos. O mais velho, líder, dono de uma empreiteira, corrupto até a alma, participando de licitações com cartas marcadas, propinas e também priápico, deixando pela companhia de prostitutas, ele próprio, um prostituto nos negócios. Sua mulher, linda, elegante, honesta, infeliz no sexo, mas incapaz de deixar aquele mundo de riqueza. Têm uma desgraça, um filho que se afogou na piscina da casa. O irmão do meio, que parece honesto, descobre que o mais velho falsificou sua assinatura em um projeto, por conta de aditivos espúrios. Indignou-se, mas após alguns dias, voltou por conta do dinheiro. Bebe desesperadamente para fugir da realidade. Sua mulher é famosa cirurgiã plástica, mas vai para a cama com outro médico, de quem precisava ser sócia em clínica. Têm um filho, 16 anos, descobrindo o amor, indo para passeatas, jogando pedras nos prédios públicos, simbolismo da inocência, quebrando os templos do pecado. Pior, o irmão do meio, descobre ser estéril e após muita discussão, descobre que o garoto é filho do irmão mais velho. O irmão mais novo não é de sangue e sim adotado. É pau mandado do mais velho. Apaixonado pela mulher que o troca pelo caseiro do sítio. Este, descobre que a mulher está grávida, possivelmente, do antigo marido. E os pais? Festejam muitos anos de casado. Ele encontra uma fotografa, amor antigo e com ela volta a fazer sexo apaixonado. Ela, professora, é assediada por um aluno. Doce família, não é?

E entra em ação uma prostituta, a princípio, convidada para apimentar a relação do irmão mais velho e esposa em ménage a trois. Vira amante do mais velho e amante da esposa. Paola de Oliveira, troca de nome, de peruca, vive uma outra pessoa, falsa, sendo aquela que pagam para ser. A corrupção reina. A traição. O desamor. Então vai à casa do irmão mais velho, namora sua esposa e sorrateiramente vai até o closet e fotografa documentos suspeitos. Para quê? Prostituta, espiã, policial? Saberemos hoje, no último capítulo. Quem morrerá? Ao contrário do título inicial, ninguém ama. Não precisava matar. Ninguém é feliz, pelo título atual. Quem vai matar? E a bunda de Paola de Oliveira? Metáfora da beleza calipígea, trazida ao Brasil pelas africanas? Sinônimo de sexo escravizador? Sexo anal? O ânus, excretor? E os filhos não declarados. O útero, o inverso, para filhos não declarados? Seria Cândido o Brasil inocente, enganado, roubado, vilipendiado? Mas o personagem foi seduzido. E onde fica o amor? A audiência da série terá a ver com a qualidade do trabalho ou com a patifaria reinante? Termina o Jornal Nacional e vem a série, como uma continuação? Que dias terríveis vivemos. Reféns são decapitados, incendiados e nos revoltamos, mas nos cadernos policiais estão todos, também, esfaqueados, baleados, estuprados, diariamente. Paulinho Moska disse “olhei pro amanhã e não gostei do que vi”.

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