sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A PESSOA CERTA PARA VOCÊ

As relações amorosas entre as pessoas acontecem pelos mais variados motivos. As combinações são as mais estapafúrdias e mesmo duas pessoas completamente diferentes, às vezes se completam. Andei conversando com jovens amigos para saber como andam essas relações e do que abririam mão em suas características para agradar ao parceiro. As respostas foram as mais engraçadas. Algumas valem para homens e mulheres. Você está louca pelo cara, mas vai conversar e ele só fala tipo “pra mim fazer”, omite plurais como “essas coisa”, ou erra a conjugação como “tu foi?. Será que a relação tem futuro? Não, a não ser que você decida assumir uma postura de professor de Português, o que acabará por irrita-la, sendo tão frequentemente corrigida. Melhor nem chegar perto.
O cara é bem bonito, tem um carro maravilhoso e ao invés de outras meninas, escolhe você para um fazer um convite para jantar. Você aceita. Ele chega. Você, toda bem vestida, perfumada, entra no carro e no som está tocando pagode. Ou sertanojo. Ou brega. Você precisa tomar uma decisão rápida. Peça licença e dê uma olhada nos outros cds ou dvds. Olhar clínico. Não, ele não se afasta disso. É melhor simular um mal estar e voltar pra casa. Não vai dar certo. Bem, não me imagino passar nem 30 segundos ouvindo esses gêneros. Não vai dar certo. É uma questão de estética.
A menina é linda, você está apaixonado, mas quer ir devagar, obedecer as regras. Faz um convite para irem ao cinema. Ela escolhe o filme. Entram e somente depois de apagar a luz, você dá conta que o filme é dublado. Com uma infinita paciência, você explica que no cinema ao lado, o mesmo filme está passando, com legendas. É melhor, ouvirmos as verdadeiras vozes dos atores, enfim, filme dublado é para analfabetos funcionais. Opa, não diga isso. Ela ficará ofendida. É grosseria. Melhor dizer que vai lá fora comprar uma pipoca. E ficar, lá fora, mesmo, aguardando ela sair. Você diria que aproveitaria a ocasião para beijar muito e nem dar bola para o filme. Não adianta. As vozes dos dubladores, os mesmos dos filmes da televisão bloqueiam qualquer tesão. Não vai dar certo. Questão de estética.

Você devia ter reparado melhor. O tamanho dos bíceps, das panturrilhas, o pulso e a tal da barriga negativa. Azar o seu. A menina é uma malhadora profissional. Passa o dia de legging, meias grossas no tornozelo e tênis de ginástica. Cabelo preso, pouca maquiagem. Ela malha. Seu assunto é malhação. Não pode ver um colega que já começa a falar de pesos e aparelhos. Foi na meia maratona? E que lugar chegou? E aparece, logo nessa hora, um professor da academia. Forte, sarado, vestido com moleton ou camisa justa que acentua os músculos, recebe um abraço pra lá de impactante, de sua garota. Ah, é apenas um amigo! E você a imagina deitada em um aparelho, de costas, e ele ali, passando a mão pelo corpo enquanto faz a contagem e a estimula. Não pode dar certo. Tudo tem um limite. Ah, ele não lê nada? Jornal é coisa de velho. Nunca li um livro na vida. É perda de tempo. O que eu vou fazer com um livro grosso desses? Me dá sono! Vou logo avisando que não vai dar certo. E aquela que vive para o seu celular, ele seu verdadeiro namorado? A conversa não engata, participa de mil grupos, confere instagram, face, what’s up e mil outros. Seria melhor que você ligasse para ela, para conseguir conversar. Achei engraçado. Será que é assim, mesmo?

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