sexta-feira, 30 de setembro de 2016

SUGESTÃO AO PREFEITO

Acompanho o JP e o blog de Lucio Flavio Pinto. Ele decidiu lançar uma candidatura virtual, estimulando leitores a enviar contribuições. Que pena, não tive mais de três comentários em minha postagem. A Cultura, em Belém, realmente, não vale mais nada. A Prefeitura está alheia à área há mais de vinte e cinco anos. Virou sinônimo de diversão, bebedeira e beijos roubados à força nas micaretas e quejandos. Decidi publicar hoje, dias antes da eleição, uma sugestão. Pela falta de espaço, tudo é muito sintético. Há muito o que conversar. Pensar em algo é pensar em processo, algo que inicia e se desenvolve na direção de um mercado cultural onde as pessoas tenham pleno acesso ao que os artistas produzem e estes, total condição de mostrar seu produto. Envolver as comunidades, levar os artistas para perto, fazer com que todos os reconheçam. Como é uma proposta virtual, diria que a Rádio Cultura e a Tv seriam uma grande força, utilizadas de maneira profissional, como espalhadoras, como convencimento de todo o processo. Como não são do Município, fica impossível.
Após o devido concurso de projetos, edificaria em todos os bairros, usando madeira apreendida pelo Ibama, centros culturais com espaço para biblioteca, oficinas teatrais de dança e musicais, teatros com no máximo 200 lugares, funcionando com folga apenas na segunda feira, de manhã, à tarde e à noite e galeria de arte. Haveria realização de espetáculos musicais e teatrais da comunidade. Essas áreas, que são mais específicas, teriam um processo de ocupação e disseminação durante todo o ano. Construção de um teatro para 500 pessoas, que seria o Teatro Municipal. Lembram da promessa de Zenaldo de um teatro com 3 mil lugares?
Edital para diversas categorias. Para teatro, montagem de espetáculo. Para música, montagem de show. Para dança, idem. Para literatura, relançamento de quatro obras de grandes autores paraenses, importantes, fora de catálogo. Lançamento, após concurso, de livros de autores estreantes. Poderiam variar a cada ano, romance, poesia, ou lançar, no mesmo ano, quatro autores novos, um em cada categoria.
Espetáculos de teatro, música e dança, iniciariam um périplo pelas casas de cultura, nos bairros, com tempo para oficinas, conversas e outros com as comunidades, tudo acabando em temporada no Teatro Municipal. Na Literatura, levar os autores da atualidade para mostrar seus trabalhos nessas casas de cultura. E quanto às casas, verba para espetáculos, de pessoal da comunidade, festivais de música, também circulando. Festivais anuais de música, teatro e dança, juntando todo o pessoal e adiante, festival com nomes brasileiros, de maneira a todos poderem comparar, trocar experiências, assistir as novidades. Feira de Literatura destacando os livros antigos, novos e os autores da atualidade centro das atenções, trazendo uns dois autores nacionais para troca de experiências etc
Nada disso é tão difícil. Há que precisar algum dinheiro, o que sempre nos é negado. Agora, o principal, o mais difícil, o que é raro em muitos outros Estados, nós temos. Mão de obra. Temos artistas nas mais variadas áreas, precisando de estímulo, carinho, receptividade e ser conhecidos pelos próprios belemenses.

Infelizmente, não vi ou ouvi, em nenhum lugar, qualquer promessa ou programa na área de Cultura. Ao lado de falta de trabalho, educação e saúde, a Cultura está na base de uma nova sociedade. Mas isso eles não sabem. Pena.

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