Acompanho o JP e o blog de
Lucio Flavio Pinto. Ele decidiu lançar uma candidatura virtual, estimulando
leitores a enviar contribuições. Que pena, não tive mais de três comentários em
minha postagem. A Cultura, em Belém, realmente, não vale mais nada. A
Prefeitura está alheia à área há mais de vinte e cinco anos. Virou sinônimo de
diversão, bebedeira e beijos roubados à força nas micaretas e quejandos. Decidi
publicar hoje, dias antes da eleição, uma sugestão. Pela falta de espaço, tudo
é muito sintético. Há muito o que conversar. Pensar em algo é pensar em
processo, algo que inicia e se desenvolve na direção de um mercado cultural
onde as pessoas tenham pleno acesso ao que os artistas produzem e estes, total
condição de mostrar seu produto. Envolver as comunidades, levar os artistas
para perto, fazer com que todos os reconheçam. Como é uma proposta virtual,
diria que a Rádio Cultura e a Tv seriam uma grande força, utilizadas de maneira
profissional, como espalhadoras, como convencimento de todo o processo. Como
não são do Município, fica impossível.
Após o devido concurso de
projetos, edificaria em todos os bairros, usando madeira apreendida pelo Ibama,
centros culturais com espaço para biblioteca, oficinas teatrais de dança e
musicais, teatros com no máximo 200 lugares, funcionando com folga apenas na
segunda feira, de manhã, à tarde e à noite e galeria de arte. Haveria
realização de espetáculos musicais e teatrais da comunidade. Essas áreas, que
são mais específicas, teriam um processo de ocupação e disseminação durante todo
o ano. Construção de um teatro para 500 pessoas, que seria o Teatro Municipal.
Lembram da promessa de Zenaldo de um teatro com 3 mil lugares?
Edital para diversas
categorias. Para teatro, montagem de espetáculo. Para música, montagem de show.
Para dança, idem. Para literatura, relançamento de quatro obras de grandes
autores paraenses, importantes, fora de catálogo. Lançamento, após concurso, de
livros de autores estreantes. Poderiam variar a cada ano, romance, poesia, ou
lançar, no mesmo ano, quatro autores novos, um em cada categoria.
Espetáculos de teatro, música e
dança, iniciariam um périplo pelas casas de cultura, nos bairros, com tempo
para oficinas, conversas e outros com as comunidades, tudo acabando em
temporada no Teatro Municipal. Na Literatura, levar os autores da atualidade
para mostrar seus trabalhos nessas casas de cultura. E quanto às casas, verba
para espetáculos, de pessoal da comunidade, festivais de música, também
circulando. Festivais anuais de música, teatro e dança, juntando todo o pessoal
e adiante, festival com nomes brasileiros, de maneira a todos poderem comparar,
trocar experiências, assistir as novidades. Feira de Literatura destacando os
livros antigos, novos e os autores da atualidade centro das atenções, trazendo
uns dois autores nacionais para troca de experiências etc
Nada disso é tão difícil. Há
que precisar algum dinheiro, o que sempre nos é negado. Agora, o principal, o
mais difícil, o que é raro em muitos outros Estados, nós temos. Mão de obra.
Temos artistas nas mais variadas áreas, precisando de estímulo, carinho,
receptividade e ser conhecidos pelos próprios belemenses.
Infelizmente, não vi ou ouvi,
em nenhum lugar, qualquer promessa ou programa na área de Cultura. Ao lado de
falta de trabalho, educação e saúde, a Cultura está na base de uma nova
sociedade. Mas isso eles não sabem. Pena.
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