sexta-feira, 10 de março de 2017
PSSICA NA FRANÇA
A Literatura,
mais uma vez, me levou a lugares bem distantes e melhor ainda, ao encontro de
pessoas interessadas naquilo que escrevo. Em todos os lugares onde passei,
havia mais que curiosidade. Antes do encontro, todos fizeram seu “trabalho de
casa”, lendo, pesquisando. Meu livro mais recente, “Pssica”, foi lançado na
França. É o quarto romance editado por lá, pela querida Asphalte Editions,
comandada pelas adoráveis Estelle e Claire, que além de profissionais
competentes, são apaixonadas por seu ofício, criando verdadeiros objetos de
arte. E traduzido pelo genial Diniz Galhos. A convite do amigo Pierre-Michel
Pranville, grande tradutor, amante do que eles chamam de “Polar” e professor, e
da professora Brigitte Thiérion, especializada em Estudos Lusófonos, da
Université Sorbonne Nouvelle, Paris 3, fui recebido por um grande grupo de
estudantes de nível adiantado para falar sobre minha Literatura e demais
aspectos. É realmente algo a deixar qualquer um emocionado e orgulhoso. Depois,
fui à Livraria Le Comptois de Mots para apresentar “Pssica” aos leitores e
perceber seu interesse pelos escritores brasileiros. Adiante, estive também em
Toulouse, ampliando mais ainda o conhecimento que passo a ter por esse fabuloso
país onde ler é decididamente importante, exercício que começa nos primeiros
anos de vida das crianças, seja através de seus pais, seja da escola. Lá, fui
recebido pelos amigos Jean Paul e sua esposa Dominick, que me levaram à
Livraria Renaissance para conversar com grande público. Discutimos Literatura e
a vida no Brasil. Interessante encontrar lá duas paraenses, uma senhora da
família Travassos e outra, a jovem Marilene, que estuda Antropologia. Como
tradutora, a professora Emanuelle, que trabalha na Universidade de lá na área
de Teatro, com impressão em livro de peças teatrais, traduzidas e discutidas
com os alunos. Já iniciamos démarches para também trabalhar na área de Artes
Cênicas, inclusive com festival em agosto. Em outubro, Jean Paul dirige um
grande Festival especializado em Literatura Policial. Querem levar até lá meu
amigo Leonardo Padura. Tomara que consigam. Toulouse é uma bela cidade de 350
mil habitantes, junto aos Pireneus, próxima à fronteira com a Espanha. É lá,
também, que os franceses fabricam os gigantescos Airbus que voam pelo mundo,
além de satélites. O clima é sempre ensolarado e a temperatura,
agradabilíssima. Passear pelo centro da cidade é circular por um casario antigo
belo, ruas perfeitas, limpas e jovens, muitos jovens a festejar a vida. Em
Paris, desta vez, havia muita chuva, vento, e uma sensação térmica de 3 graus.
Os aviões da Latam são novos e muito bons. As viagens são sempre completamente
lotadas, o que me faz perguntar a razão para tanto choro das empresas. O que,
definitivamente é muito ruim, pela falta de concorrência e fazer passageiros
cansados da longa travessia, chegando aqui lá pelas seis da manhã, enfrentar,
após a alfandega, longas e desgastantes filas, que duram mais que uma hora de
espera, para fazer as conexões para as outras cidades. Pior é chegar à querida
cidade e enfrentar novamente o horror que vivemos. Imundície, buracos,
pichações, agressão aos mais pobres e tudo o que causa infelicidade. Por quê se
reelegeu? O que já é trágico ainda ficará pior?
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