sexta-feira, 2 de junho de 2017
DELÍCIAS DO TIO
Pois
é, eu que vivo me queixando que não há nada de novo para ouvir, estou, como se
diz, empapuçado com tantos discos bons que acabaram de ser lançados. Vou
discorrer sobre alguns deles, porque penso que nem todo mundo tem a obrigação
de estar ligado em lançamentos, mas gosta de ser informado para consumir boa
música. Saiu disco novo de Joyce Moreno, a maravilhosa cantora, compositora e
violonista com uma carreira mais dedicada a plateias internacionais, que
consomem vorazmente seus trabalhos. “Palavra e Som” é o nome. Também comprei
mas ainda vou ouvir, Simone Mazzeo e Cotonete, que tem recebido ótimas
críticas. É o primeiro disco que ouvirei da cantora que tem considerável fã
clube até em Belém. Juntou-se ao grupo francês Cotonete e o repertório é ótimo.
Tomara que goste. A cantora de jazz Diana Kral também lançou trabalho, “Turn up
the quiet”, eleganterrima, ela que começou a carreira apenas como pianista, mas
foi apertada pelo mercado a assumir também o canto. Casada com Elvis Costello,
canta standards com um grupo dedicado e excelente. Muito bom para ouvir à
noite, passeando pela cidade (tomara que não seja assaltado em sinal), com a
pessoa amada. Quer algo ainda mais elegante? Foi relançado o álbum em que Frank
Sinatra canta Tom Jobim. O célebre que contém “Garota de Ipanema”. Com a
remasterização, detalhes que antes não eram percebidos, saltam aos ouvidos. O
violão de Tom na abertura da canção, metais e a voz do “Old blue eyes”, em
forma. Há bombons como três ou quatro versões de “Garota”, com Frank pedindo
mais uma tentativa, apesar de estar ótimo em todas. Se ouço Diana, ouço também
a brasileira Eliane Elias, radicada nos EUA, onde chegou como pianista e também
passou a cantar, ela que é casada com o grande instrumentista Randy Brecker.
Com um contrabaixo maravilhoso e um balanço irresistível, abre com “O Pato”,
standard da bossa nova com levada fantástica. Sem querer ser genial, Eliane
está perfeita, divertida e brilhante em “Dance of Time”. Dá vontade de correr
para a pista de danças. Outra brasileira, filha de cubanos, Marina de la Riva,
dedica seu álbum à obra de Dorival Caymmi, procurando sua proximidade com a
umbanda e o mar e sempre trabalhando a percussão. Estou ouvindo, mas as
primeiras faixas são ótimas. João Donato participa, bem como Danilo Caymmi. Há
sempre uma canção cubana permeando o repertório. E para vocês perceberem como
meu gosto é elástico, adorei o disco novo da banda Bush, comandada por Gavin
Rossdale. O título é “Black and White raimbows”. Mais do mesmo. E o que
esperavam? Gavin é um ótimo cantor e o som, bem desenhado, pesado e melódico é
muito bom de ouvir. Para quem ainda não sacou, a banda é a daquele hit
“Glycerine”. Um relançamento importante é “Maravilhas Contemporâneas”, de Luiz
Melodia, a quem desejo melhoras, já que está doente. Remasterizado, o disco
realça os metais, além da voz de Melô que está fantástico. É o disco que tem
“Juventude Transviada”, entre outras. Há também disco novo de Ricardo Silveira,
o guitarrista, mas ainda nào ouvi. Um álbum póstumo do “deus” do baixo, Jaco
Pastorius, show ao vivo, em Toquio, de Steve Hackett, tocando músicas do
Genesis e do King Crimson, já que conta com Ian McDonald, integrante da
formação inicial da melhor banda do mundo. Tocam “I talk to the Wind”, entre
outras. Também foi relançado, com faixas extras, “Works II”, do Emerson, Lake
& Palmer e a principal delícia, “Sgt Peppers’Lonely Hearts Club Band”, dos
Beatles, para ouvir com lenços e enxugar as lágrimas. Som maravilhoso e extras
geniais. Penso que ainda escreverei somente sobre ele. Como vêem, estou ótimo.
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